Nova Iorque é uma cidade mística à qual é difícil resistir mas não é propriamente barato viajar até lá e por lá ficar uma ou duas semanas para se usufruir do possível na sua plenitude. Porém, ficará surpreendido com os resultados de um bom roteiro e de um planeamento detalhado… Nesse sentido, reunimos no corrente artigo ambos os aspectos, referindo numa primeira etapa um conjunto de estratégias de poupança e, numa segunda etapa, sugestões do que ver e visitar. A leitura será longa mas certamente útil, por isso, coloque-se à vontade e parta à descoberta da “big apple” num texto compreensivo.

Estratégias de poupança de férias em Nova Iorque

A capital financeira dos Estados Unidos é uma das cidades mais caras do mundo, seja para o turismo ou dia-a-dia. O nível de vida é bastante alto e substancialmente superior ao português (e até à média europeia), no entanto, existem sempre alguns conselhos que podem fazer toda a diferença se pretender visitar a “big apple” sem cavar um buraco na sua carteira.

Embora possa não ser o sonho de muitos, a “cidade que nunca dorme” será uma passagem obrigatória para outros tantos. Contudo, os de si já magros orçamentos têm por cá encolhido à força, o que significa ser necessária (ainda) maior ginástica financeira para se usufruir do merecido descanso após longos meses de árduo trabalho. Por isso, referimos-lhe de seguida estratégias de poupança de férias em Nova Iorque para que leve a melhor sobre os obstáculos e contrariedades, conseguindo assim visitar uma metrópole inspiradora sem preocupações.

1. Poupar no alojamento em Nova Iorque

Uma excelente forma de economizar algum dinheiro em dormidas é tentar afastar-se das zonas mais emblemáticas da cidade e procurar as áreas periféricas. O sistema de transportes em Nova Iorque é extremamente eficiente, logo, não terá qualquer dificuldade em se deslocar de um local para o outro em poucos minutos e sem gastar demasiado. Dito isso, prefira hotéis, hostels e pequenas residenciais, os estabelecimentos low cost favoritos dos estudantes nova-iorquinos, pois oferecem os melhores preços, bem abaixo dos exorbitantes valores cobrados neste sector fora do circuito dito económico. Lembre-se que apenas lá irá dormir e tomar uns banhos, pouco mais.

2. Poupar na alimentação em Nova Iorque

As refeições são uma parte fundamental das férias e um bom planeamento deve integrar uma espécie de cartilha gastronómica para que se degustem os sabores dos locais visitados. Na “big apple” a maneira mais económica de o fazer é recorrendo aos restaurantes de bairro, um ramo dominado pelo ambiente familiar, situado fora do dispendioso centro, onde poderá deliciar-se com boa comida a preços acessíveis (desde $10/15), valores apenas superados pela alternativa pouco recomendada das cadeias de fast food. Utilize a internet e pesquise para descobrir os restaurantes de bairro disponíveis e as informações dos seus menus. Não ficará arrependido, antes pelo contrário…

3. Poupar nos transportes em Nova Iorque

Alugar bicicletas para percorrer a cidade é sem dúvida a escolha acertada para se movimentar numa atarefada metrópole e Nova Iorque não é excepção. Aliás, este é mesmo o método de transporte mais barato (os bilhetes turísticos diários começam nos $50) e rápido para se fugir ao insuportável trânsito nova-iorquino, pelo que aconselhamos vivamente que se decida pelas duas rodas.

Uma segunda opção de transporte é a rede de metro, autocarros e táxis, embora para benefício das carteiras menos abonadas o metro seja indubitavelmente a melhor alternativa, além de ser também bastante mais eficiente e veloz. Dependendo do passe adquirido, o total economizado poderá ascender a várias dezenas (e até centenas) de dólares, portanto, recomendamos que se informe dos custos de bilhetes únicos para as áreas nas quais se irá movimentar.

O que ver e visitar em Nova Iorque

Agora que já tem o conhecimento necessário para saber como poupar ao ir de férias para a capital financeira norte-americana, fica a alusão a alguns daqueles locais incontornáveis e do que decididamente não deve perder de vista.

1. Museus em Nova Iorque

A cidade oferece imensas oportunidades museológicas e as escolhas finais dependerão somente dos gostos pessoais ou, se houver tempo, realizar-se a passagem em cada um. Estará a seu cargo decidir por que estratégia enveredar.

  • Museu Americano de História Natural (American Museum of Natural History): deslumbra os curiosos desde 1869, apresentando actualmente uma vasta e rica colecção de esqueletos, corpos embalsamados e fósseis em quatro andares repletos de histórias e história. Um local de paragem obrigatória.
  • Museu Nacional de Design Cooper-Hewitt (Cooper Hewit, National Design Museum): instalado numa imponente mansão, permite ver e apreciar criações ligadas a toda a história do design, às quais se juntam belos exemplos do que de melhor o design moderno nos trouxe.
  • Dia:Beacon: nascido da recuperação de uma antiga fábrica (Nabisco), oferece aos seus visitantes um olhar privilegiado de obras contemporâneas dos grandes nomes norte-americanos desde os anos 60 do século passado até ao presente.
  • Museu Guggenheim (Guggenheim Museum): albergado num edifício saído da mente de Frank Lloyd Wright, o museu tem desde logo uma arquitectura sublime, pequena amostra das diversificadas exposições de arte moderna e contemporânea que poderá encontrar no seu interior.
  • Museu Metropolitano de Arte (Metropolitan Museum of Art ou The Met): é um dos maiores e mais importantes museus do mundo. Possui milhões de artefactos de variados quadrantes, da pintura à escultura, armas, vestuário e instrumentos musicais, num invejável espólio de obras oriundas de (quase) todas as culturas.
  • Museu de Arte Moderna (Museum of Modern Art ou MoMA): primeiro museu nova-iorquino totalmente afecto à arte contemporânea, acolhe frequentemente exposições de cariz único, que ocupam assim momentaneamente o mesmo espaço onde se vislumbram trabalhos de mestres como Picasso ou Van Gogh. O melhor de tudo é que nas tardes de sexta-feira a entrada é gratuita!
  • Centro de Arte Storm King (Storm King Art Center): local por excelência de esculturas ao ar livre, possui mais de uma centena de obras para serem admiradas e sentidas. As entradas começam a partir dos $8/pessoa.

2. Pequenos grandes bairros é o que se podia dizer de Chinatown e Little Italy, áreas que graças à população e cultura que maioritariamente nelas impera ganharam estatuto próprio do espírito dos respectivos povos. Em Chinatown o típico quotidiano e abordagem nipónicas inspiram esta que é a segunda maior comunidade asiática dos EUA, enquanto o bairro ítalo em Lower East Side se tornou mais um ponto de interesse turístico essencialmente preenchido por lojas e restaurantes italianos.

3. A natureza em Nova Iorque

Quem gosta de espaços verdes não deve sair da “big apple” sem dar umas caminhadas pelos seus mais emblemáticos jardins e pólos dedicados à fauna e flora. Este é o caso do Bryant Park, Madison Square Park, Riverside Park, The High Line, Brooklin Botanical Garden e The New York Botanical Garden. Cada um detentor de argumentos muito particulares que constituem mais do que razões para merecerem uma visita, preferencialmente levada a cabo depois de dar um saltinho ao Central Park Zoo, localizado, obviamente, no icónico Central Park, cenário de incontáveis filmes e séries televisivas.

4. Edifícios incontornáveis, como os que de seguida enumeraremos, devem igualmente ser incluídos em qualquer roteiro por Nova Iorque:

  • ONU: quartel-general desta organização não-governamental em Manhattan);
  • New York Public Library: fundada em 1895, oferece um sem número de publicações para consulta gratuita de uma colecção de milhões de obras;
  • Radio City Music Hall: o maior cineteatro do mundo, casa do também maior órgão do planeta, tem ainda um impressionante palco giratório de três níveis, no qual actuam os mais distintos artistas e performers;
  • St. Patrick’s Cathedral: catedral-mor dos EUA, concorrido espaço de casamentos e variadas cerimónias religiosas, evidencia um estilo marcadamente gótico em parte inspirado na catedral alemã de Colónia;
  • Hearst Tower: primeiro arranha-céus edificado em Nova Iorque desde os atentados de 2001, é na verdade uma recuperação da sede da Hearst Corporation, multinacional que ainda hoje aí se encontra, que se destaca pelo facto de ser um edifício ecológico desenhado para consumir menos energia e se tornar mais eficiente na utilização do espaço;
  • Flatiron Building: idealizado por Daniel Burnham em 1902, deve o seu nome às semelhanças com um ferro de engomar, tendo já empenhado o título de edifício mais alto do mundo. Tem 22 andares e 87 metros de altura;
  • Chrysler Building: exemplo de Art déco construído em 1930, assume-se como um hino ao automóvel através do seu inconfundível estilo arquitectónico e motivos da fachada; visitas só na entrada;
  • Top of the Rock: oferece uma vista panorâmica única da “big apple” e recebe a maior árvore de natal norte-americana na sua deslumbrante pista de gelo; é simplesmente de tirar o fôlego;
  • Rockefeller Center: é um espaço de 21 edifícios, 19 dos quais comerciais, onde estão alguns dos grupos mais influentes dos EUA de variadíssimos sectores, incluindo a cadeia NBC, pela qual tem oportunidade de fazer uma visita guiada;
  • Empire State Building: do alto dos seus 102 andares e 381 metros é um luxuoso edifício de escritórios, embora a sua notoriedade derive em boa parte de ter sido o edifício mais alto do mundo durante 41 anos e do seu popular 86º andar, onde se encontra aquele que é considerado o observatório dos apaixonados, que têm no 80º piso a ocasião de darem o nó;
  • Ground Zero: conhecido pela tragédia dos ataques terroristas de 11/09/2001, no seu lugar renasceu o World Trade Center, agora centralizado no One World Trade Center (1 WTC; inicialmente baptizada de Torre da Liberdade/Freedom Tower), edifício principal deste complexo de negócios. Deverá estar concluído em Janeiro de 2013, recebendo numa fase posterior três outros semelhantes que completarão o novo WTC.

5. Outros pontos de interesse

Independentemente dos gostos particulares de cada um, Nova Iorque consagra de tudo um pouco, basta procurar no local certo e informar-se atempadamente. E porque há pontos de interesse que devem ser realçados, deixamos mais algumas sugestões nesse sentido.

  • Estátua da liberdade (Statue of Liberty): é provavelmente o maior emblema da cidade e, portanto, de visita obrigatória. Foi concebida pelo francês Frederic Auguste Bartholdi e oferecida em 1886 como símbolo de boas-vindas para saudar os visitantes. Partilha o seu nome com Liberty Island, onde se encontra;
  • New York Cruise Dinner: um passeio pelo rio Hudson é uma viagem única que não vai querer perder, justamente o que poderá usufruir com esta proposta ímpar. Vai sentir-se uma verdadeira estrela de cinema no meio de um cenário edílico;
  • NY Skyride: viva todas as sensações de sobrevoar a “big apple” a partir do 2º andar do Empire State Building. Uma experiência recomendada;
  • South Street Seaport: um marco histórico restaurado e transformado num espaço de entretenimento repleto de alternativas diurnas e nocturnas para qualquer gosto, embora esteja a pedir uma necessária revitalização. Ainda assim, proporciona uma vista excepcional sobre a cidade;
  • Nasdaq Stock Exchange: mesmo não sendo fã de práticas financeiras arriscadas vale a pena conhecer o local onde se movimenta digitalmente muito dinheiro em fugazes compras e vendas de acções. É aqui que se fazem as apostas nas empresas que poderão vingar ou cair no momento seguinte e onde se iniciaram actividades que levaram à queda de gigantes e ascensão de completos desconhecidos;
  • Harlem: palco central do estilo musical gospel e local privilegiado para conhecer a rica cultura de descendência africana. Se conseguir inclui uma passagem pelo bairro no seu roteiro turístico nem hesite em fazê-lo. Aconselhamos vivamente que agarre essa ocasião;
  • Grand Central Terminal: pode até ser um terminal ferro e metroviário mas o seu interior esconde uma minicidade alegoricamente maior do que muitas cidades reais. É considerada a maior estação ferroviária do mundo com as suas 67 linhas, 44 plataformas divididas em dois níveis e uma média diária superior a 125 mil passageiros. Em hora de ponta os transeuntes parecem formigas a recolherem-se para o Inverno, porém, durante a acalmia é que apreciará todo o seu esplendor: um estelar tecto que fica na memória, espaços comerciais das grandes marcas e restaurantes para qualquer carteira. Entre e pasme-se;
  • South of Houston (SoHo; Sul de Houston): localizada paralelamente à Village, a sul da rua West Houston, esta área é conhecida como o oásis dos artistas, pois foi graças a eles que este antigo distrito industrial foi recuperado. Não faltam galerias de renome, restaurantes acarinhados e inúmeras outras razões de sobra para uma visita;
  • Village: à semelhança do SoHo, esta zona dividida em East Village (mais virada para o lazer) e West Villlage (mais residencial) é um pólo artístico e de vanguardismo que possui de tudo um pouco, desde os estilos mais convencionais aos mais audaciosos. Artes plásticas e de palco, música, teatro, cinema, conhecimento… Enfim, uma enorme panóplia de bons motivos para lá passar.

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